quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Opinião: Brasil pode aproximar México ao projeto euroasiático a partir do BRICS

Os ministros Luis Videgaray, das Relações Exteriores do México, e Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, durante entrevista coletiva no Palácio Itamaraty

Analista político mexicano, Lorenzo Carrasco, que reside no Rio de Janeiro, compartilha sua opinião sobre as relações entre Brasil e México no atual contexto internacional.

O chanceler mexicano, Luis Videgara, ao se encontrar com o presidente Temer e o chanceler Aloysio Nunes, manifestou a vontade que Brasil e México intensificassem o intercâmbio comercial.

"O México sempre pensou dentro da caixa das relações com os Estados Unidos, especialmente a partir do Tratado de Livre Comércio. A partir de Salinas de Gortari, o governo pensava que ia ser do primeiro mundo simplesmente por ter chegado a esse acordo", disse à redação Lorenzo Carrasco, presidente do Movimento de Solidariedade Ibero-Americana.

"Quando chegou Trump, isto foi questionado imediatamente, porque ele acusa México de tomar vantagem do NAFTA, o que é falso. Mas foi bom, para que o México descobrisse que se identifica mais com o resto da América Latina do que com os EUA", acrescentou.

Carrasco lembrou que este ano foram realizados vários encontros entre o México e o Brasil, o que, segundo o analista, é muito importante, pois há uma relação histórica entre os dois países. Levando em consideração a "impopularidade muito grande, tanto de Temer no Brasil como de Peña Nieto no México", esses países têm que cooperar mais amplamente.

Para o analista, Brasil tem dois aspectos importantes: primeiro, ele é evidentemente o líder e uma das economias mais importantes da América do Sul e, segundo, é membro do BRICS e pode ser um elemento importante nessa mediação.

"O Brasil, como membro do BRICS, pode aproximar a economia mexicana a todo o projeto euroasiático, que é onde se vai jogar a recuperação econômica global. Daí a importância de aproximar a Aliança do Pacífico com o Mercosul", disse Carrasco.


Segundo Carrasco, tudo isso tem uma "geometria muito clara" em termos da busca de relações com a região euroasiática, especialmente, por exemplo, com a Rússia, que propôs mesmo ao México uma aliança.

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