sexta-feira, 11 de maio de 2018

Proteção de águas subterrâneas é tema de workshop

Evento é fruto de parceria do governo do Canadá com a Secretaria do Meio Ambiente, CETESB, Fundação Florestal e Instituto Geológico


A Secretaria do Meio Ambiente sediou de 7 a 9 de maio o I Workshop 2018 on Groundwater Protection (I Workshop 2018 sobre Proteção de Águas Subterrâneas), evento realizado em parceria dos governos do Estado de São Paulo e do Canadá, organizado pela Assessoria Internacional da Secretaria do Meio Ambiente. Durante o evento, foi desenhado um projeto de pesquisa e intercâmbio com a Universidade de Waterloo.

O objetivo da ação é otimizar procedimentos e estratégias para avaliar, monitorar, remediar e proteger as águas subterrâneas no estado de São Paulo, por meio da cooperação técnica e científica da Secretaria do Meio Ambiente, CETESB, Fundação Florestal, Instituto Florestal, Instituto Geológico, USP e Unesp com o Water Institute, da Universidade de Waterloo (UW), no Canadá.

Da universidade, vieram os especialistas no tema Roy Brouwer, diretor executivo da Water Institute e professor de economia; Neil Thompson, professor de engenharia civil e ambiental; e Philippe Van Cappellen, professor de ciências ambientais e catedrático em pesquisa em eco-hidrologia. As palestras dos visitantes foram proferidas na segunda e quarta-feira, dias 7 e 9, no auditório Francisco Thomaz van Acker, da Escola Superior da CETESB.

O segundo dia do evento foi reservado para uma viagem dos participantes aos municípios de Itirapina e São Carlos, em São Paulo. Foram visitados um lixão abandonado e um assentamento em São Carlos, para a observação do impacto ambiental da contaminação nas águas subterrâneas, e, também, a Escola de Engenharia de São Carlos.

O secretário Maurício Brusadin participou da mesa de abertura ao lado do cônsul do Canadá em São Paulo, Stéphane Larue, do diretor-presidente da CETESB, Carlos Roberto dos Santos, do diretor da Fundação Florestal, Rodrigo Levkovicz, e da diretora do Instituto Geológico, Luciana Martin Rodrigues Ferreira.

“Para nós é importante todo e qualquer acordo com vistas à busca do aprofundamento do conhecimento científico, em especial com o Canadá, país que, como o Brasil, é signatário do Acordo de Paris”, disse Brusadin na abertura do evento. Prosseguiu dizendo que “o tema da água é de tamanha relevância para o nosso estado, sobretudo após a crise hídrica que fez com que nosso governo ampliasse os investimentos nesta questão em duas frentes: obras de engenharia e Programa Nascentes, que já recuperou o equivalente a 12 mil campos de futebol nas áreas de nascentes”.

Com relação às águas subterrâneas, Brusadin disse que logo que chegou à SMA recebeu indicadores que apontaram uma leve piora nos índices de qualidade das águas subterrâneas do estado. “Esses índices me preocupam muito, pois estamos diante do maior aquífero da América Latina e um dos maiores do mundo. Infelizmente, o Brasil ainda não trata de maneira correta suas águas subterrâneas. Para resolver esse problema temos que recorrer à ciência, pois sem ela não temos como avançar”.

O cônsul Stéphane Larue falou que a Universidade Waterloo é líder global em pesquisas interdisciplinares ligados aos assuntos da água. Seu corpo pedagógico para o tema conta com cerca de 150 professores e pesquisadores das seis faculdades e 19 departamentos da UW.

Larue lembrou que a parceria entre Canadá e o estado de São Paulo é rica. “Em 2014, oficializamos um protocolo de intenções nas áreas de tecnologias limpas, inovação, ciência, mobilidade urbana, transporte, infraestrutura, cultura e desenvolvimento social. Desde aquela assinatura, nosso consulado e o governo do Estado de São Paulo participam de um Grupo de Trabalho que se reúne uma vez por ano para a discussão dos projetos colaborativos sobre esses temas. O workshop é mais um resultado concreto e positivo deste GT”.

O cônsul finalizou dizendo que “o Canadá é líder mundial na gestão do tratamento de águas. Empresas, universidades e centros de pesquisas canadenses têm reputação de excelência reconhecida mundialmente. Portanto, é gratificante para nosso governo poder facilitar essa troca de experiência e pesquisa sobre a questão das águas subterrâneas entre o Water Institute e os parceiros aqui de São Paulo”.

Texto: Dirceu Rodrigues
Fotos: José Jorge

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