PIB recua 1,7% no terceiro trimestre de 2015
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã de hoje (01/12) os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) relativos ao terceiro trimestre de 2015. De acordo com a instituto, na passagem do segundo para o trimestre, livre de influências sazonais, o PIB a preços de mercado apresentou queda de 1,7%, pior do que o previsto pelo Depecon/FIESP (-1,5%) e pelo mercado (-1,3%). Tal queda ocorre após decréscimo de 2,1% no trimestre anterior, variação revista de uma queda de 1,9% divulgada anteriormente. Na comparação com o mesmo período do ano precedente, foi constatada diminuição de 4,5%, ao passo que a variação acumulada nos últimos quatro trimestres a queda foi de 2,5%.
Na abertura dos componentes pela Ótica da Oferta, já descontados os efeitos sazonais, o setor Agropecuário apresentou redução de 2,4 % no terceiro trimestre. Quanto ao setor de Serviços, a retração apontada chegou a 1,0%, sendo esta queda de igual magnitude verificada no segundo trimestre (-1,0%). Dentre os subcomponentes de Serviços, destaque para o Comércio, com recuo de 2,4% após redução de 4,2% no segundo trimestre do ano, em linha com o resultado apontado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC - Macro Visão 1811). Já Transporte, armazenagem e correio, outro subcomponente do setor altamente ligado ao ciclo econômico, mostrou redução de 1,5% ante queda de 1,7% no trimestre anterior.
Por sua vez, a Indústria apresentou queda de 1,3% no terceiro trimestre do ano, após já ter retraído 3,7% no segundo trimestre. Destaca-se de forma negativa a Indústria de Transformação (-3,1%), que completou a oitava queda nos últimos nove trimestres. Já a indústria de Construção Civil exibiu queda de 0,5%, seguida pela queda da Extrativa Mineral, de 0,2%. O único resultado positivo dentre os subsetores industriais foi verificado pelos Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP), com uma alta de 1,1%, após recuar nos dois primeiros trimestres do ano.
Na Ótica da Demanda, o Consumo das Famílias e o Consumo do Governo exibiram novamente resultados opostos no 3º trimestre de 2015. Enquanto o primeiro registrou recuo de 1,5%, em linha com a deterioração do poder de compra dos consumidores, o segundo componente exibiu alta de 0,3% nesta leitura. Cabe pontuar que o consumo das famílias recua pelo terceiro trimestre seguido – algo inédito na série histórica recente das Contas Nacionais. Por sua vez, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, ou Investimentos) registrou recuo de 4,0% na margem, chegando a uma sequência de nove trimestres seguidos de retração, em linha com a deterioração da confiança ao longo do ano. No setor externo, as Exportações caíram em 1,8%, após alta nos dois primeiros trimestres, enquanto as Importações caíram 6,9%, a quarta queda seguida e refletindo a deterioração da demanda interna.
Em suma, confirmou-se o aprofundamento da recessão brasileira no terceiro trimestre do ano, refletindo, sobretudo, a continuidade dos fracos resultados da indústria, dos investimentos e do consumo. O baixo patamar dos indicadores de confiança, tanto do empresário como do consumidor, sugerem que a economia brasileira deve continuar apresentando resultados negativos nos próximos períodos.
Déficit primário chega a 0,71% do PIB em outubro
Ontem (30/11) o Banco Central divulgou os resultados da política fiscal do Governo Central para o mês de outubro. Conforme o relatório, o setor público consolidado (Governo Central, empresas estatais e governos regionais) registrou déficit primário de R$ 11,5 bilhões em outubro, acumulando em 12 meses R$ 40,9 bilhões ou 0,71% do PIB, acelerando frente ao resultado negativo de setembro (R$ 25,7 bilhões, ou 0,45% do PIB).
Por sua vez, o resultado nominal (que inclui o resultado primário e os juros nominais) foi deficitário em R$ 29,4 bilhões em outubro. Assim, em doze meses, o resultado nominal deficitário chegou a R$547,9 bilhões (9,50% do PIB), cerca de 0,16 p.p. do PIB superior ao registrado no mês precedente.
Já a dívida líquida do setor público (DLSP), na passagem de setembro para outubro, chegou a R$1.972,5 bilhões (34,2% do PIB), ao passo que a dívida bruta do governo geral alcançou R$3.814 bilhões em outubro (66,1% do PIB).
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