Filme conta a história de um professor de violino que se vê obrigado a trabalhar em uma escola da periferia de SP. Para encarar o papel, ator fez intensivo de música. "Achei que ia mandar muito, mas depois de um mês de aula me desesperei"
Lázaro Ramos volta aos cinemas nesta quinta-feira (3) com “Tudo Que Aprendemos Juntos”, de Sérgio Machado. No papel de um professor de violino que se vê obrigado a dar aulas em uma escola na periferia de São Paulo, o baiano confessa ter brigado para poder dar vida ao protagonista: "Fazia tempo que não implorava por um personagem."
O Sérgio me convidou para fazer o papel do melhor amigo dele, mas fui lendo e só me identificava com o Laerte. Falei que ia jogar uma energia muito ruim no outro ator. Chamei o produtor para almoçar, fiz uma comida bem gostosa e disse que só faria o filme se fosse o Laerte”, contou o ator em coletiva de imprensa em São Paulo.
Ao lado dele estavam o diretor Sérgio Machado, Fabiano Gullane, da produtora Gullane, Kaique de Jesus e Élzio Vieira, que interpretam os jovens Samuel e VR, respectivamente.
Os garotos, com cerca de 20 anos, falaram sobre como foi dar vida a eles mesmos nas telas. “Não foi difícil porque o filme era sobre mim, sobre de onde eu venho”, disse Élzio. Na trama, ele interpreta VR, um garoto com talento para a música, mas que se envolve com clonagem de cartões de crédito para conseguir dinheiro fácil.
Seu melhor amigo no filme é Samuel, vivido por Kaique de Jesus, um prodígio do violino que sofre pressão do pai para que largue o instrumento para trabalhar e ajudar nas despesas de casa.
Tanto Élzio quanto Kaique começaram suas carreiras em projetos sociais, assim como no filme: Kaique na atuação e Élzio na dança. Como espelho do que os jovens podem vir a ser, Lázaro contou que começou seus projetos artísticos em um projeto social ainda muito jovem na Bahia.
Lázaro e os meninos
Depois da insistência de Lázaro para conseguir o papel de Laerte, o diretor deu o braço a torcer: “Nenhum ator no mundo faria como o Lázaro com os meninos porque eles querem ser quem o Lázaro é e o Lázaro já foi quem eles são."
Para Machado, o filme foi construído em torno da relação de Lázaro com os 25 meninos que interpretaram seus alunos, em especial Kaique e Élzio. A opinião foi embasada pelo próprio ator, que afirmou que não teria sido capaz de fazer o filme não fosse a relação que construiu com os jovens.
“Trouxe do passado minha relação com o meu coreógrafo, ele era meu pai artístico. Ela sempre acreditou no meu potencial e quando eu assisti ao filme vi essa relação com os meninos. No início do filme o Laerte não olha para os meninos no olho, mas a partir de algum momento passa a olhar e a ver o potencial deles”, disse Lázaro.
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