domingo, 3 de janeiro de 2016
PARÁ: Food Truck se firmam como bom negócio em Belém
Sair do trabalho, do colégio ou da balada e dar uma paradinha para comer alguma coisa na rua antes da volta para casa é quase uma obrigação para os paraenses. O gesto praticamente faz parte do cotidiano da cidade - e gera renda para quem faz da atividade um meio de sobrevivência. Estamos falando do ‘Food Truck’, o negócio da comida de rua sob quatro rodas.
A expressão remete aos conhecidos carros de lanche que circulam na cidade. Pode ser um trailer, uma kombi, caminhões, carros de passeio ou um micro-ônibus. Belém possui cerca de 50 profissionais que sobrevivem dessa atividade. “É um setor extremamente promissor e que tem tudo a ver com Belém e com o costume dos paraenses de comer na rua”, diz o diretor-administrativo e financeiro do Sebrae-Pará, André Pontes.
MUDANDO DE VIDA
Conhecer e planejar os diversos aspectos do mercado e também de gestão é fundamental para o estabelecimento do negócio e manutenção do empreendimento. De olho nas oportunidades do ramo, o programador de sistemas Pedro Castro decidiu trocar de profissão e se prepara para iniciar a sua venda: uma hamburgueria gourmet, especializada em hambúrgueres sofisticados. A ideia começou por incentivo dos amigos, que sempre elogiaram os sanduíches caseiros preparados por Pedro. O negócio começou a ser comandado por ele em um trailer itinerante. Para Pedro, o baixo investimento (R$ 20 mil) no novo empreendimento se mostra promissor. “O custo baixo para instalar um truck é um dos maiores atrativos. A expectativa é a melhor possível”, planeja ele.
FONTE DE RENDA
Engana-se quem acha que a atividade não vale a pena. Segundo Pontes, há casos de vendedores iniciantes que faturam até R$ 5 mil ao mês. Quem já atua no setor afirma que o lucro é garantido. Abraham Bendayan, 35, lucra, em média, R$250 por dia de trabalho. O lanche foi montado em um semi-reboque no estilo de um trailer. Foi inaugurado há só quatro meses, para completar a renda da família.
Abraham é funcionário público e divide o tempo com a atividade extra. O carro é levado para o ponto de venda, na rua Municipalidade, bairro do Reduto, diariamente, das 12h às 23h. Os estudantes de duas faculdades da área são a clientela garantida. São eles que consomem mais de 150 salgados e pastéis por dia - todos feito na hora. O negócio é conduzido por Abraham, pela mulher e pelo filho. O dinheiro adquirido com a venda está sendo guardado para realizar um velho sonho da família: a aquisição da casa própria. “Com o negócio prosperando, acreditamos que até o final do ano que vem conseguiremos comprar a nossa casinha”.
Mas a informalidade do carro de lanches nem sempre foi pacífica para Abraham. No pouco tempo à frente do negócio, ele já sofreu denúncias da vizinhança pelo barulho emitido pelo gerador de energia - e até ameaças de morte da concorrência. Hoje ele trabalha com um gerador mais silencioso e não ocupa a calçada com mesas. Usa agora apenas puffs.
BOM NEGÓCIO
Obstáculos não existem para quem faz da criatividade um meio para ganhar dinheiro. Suzane Meireles e a mãe, Carolina Meireles, já são conhecidas na avenida Nazaré. A venda de lanches e comidas em uma Towner se repete há mais de 10 anos no mesmo ponto da via.
A concorrência com as outras vendas é grande. Por isso, as microempresárias inovam no tempero e na simpatia para conquistar os clientes. “A gente está sempre aperfeiçoando o sabor, colocando um tempero novo a preços bem populares. Os clientes gostam, elogiam e sempre voltam”, diz Suzane, que já tem um público garantido, em frente a um hospital.
HORAS A FIO
A atividade, no entanto, requer dedicação. Suzane e a mãe, por exemplo, vendem lanches em horários diferentes . Da Terra Firme, onde moram, mãe e filha se deslocam três vezes ao dia para o ponto de venda, sempre às 7h da manhã, 12h e 18h.
O cardápio varia de acordo com o horário: o café da manhã, almoço e jantar exigem jornada dobrada, mas a renda também se multiplica. “É cansativo, mas precisa ser assim pra renda ser melhor e manter as contas em dia”, diz Suzane. Os clientes aprovam. “A gente já fica tranquilo porque sabe que elas vêm”, afirma Larissa Pontes, que está há um mês no hospital acompanhando a mãe, que está internada.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário