segunda-feira, 28 de setembro de 2015

COLESTEROL (DRª DIVA LEONOR MONTEIRO)


Educação e Saúde

Conhecendo: o colesterol e os danos ao coração



O colesterol é uma gordura presente na composição de todas as células do nosso corpo e circula através dos vasos sanguíneos sendo extremamente necessário para a manutenção da vida. Uma grande parte é fabricado pelo próprio organismo, mas a ingestão de alimentos ricos em gordura de origem animal é responsável pelo aumento do colesterol e suas conseqüências graves. Para entendermos melhor os danos causados, temos que conhecer os dois tipos de colesterol - o “bom” e o “ruim”. O “ruim” se deposita na parede dos vasos arteriais formando placas de gordura que podem crescer e gerar uma obstrução á passagem do sangue. O colesterol “bom” retira o “ruim” da parede do vaso, limpando e impedindo a formação de placas e obstruções.
Durante nossa vida, ao envelhecermos, as gorduras vão se depositando em todas as artérias, esse processo é conhecido por aterosclerose. Se não houver um nível adequado de colesterol no organismo, essas placas de gordura crescem e podem interromper o fluxo de sangue para o coração e o cérebro, resultando em complicações terríveis como o acidente vascular cerebral e o infarto do miocárdio, isto é, a morte das células do cérebro ou do coração por falta de oxigênio.
Quando as artérias entopem, gradualmente, podemos ter uma dor no tórax típica em aperto, conhecida como “angina do peito”, que tem duração de minutos, aparece geralmente durante um esforço físico e melhora com o repouso. Às vezes, uma placa de gordura sofre um rompimento com obstrução súbita da artéria, estaremos aí em uma situação de emergência caracterizada como “infarto agudo do miocárdio” com dor intensa no peito, em aperto, que pode ter irradiação para o braço esquerdo, cotovelo, ombro, pescoço ou costas com sensação de morte.
Existem ainda algumas particularidades. Certas pessoas que estão com as artérias do coração obstruídas, não referem à dor no peito e sim outras queixas como sensação de aperto, peso, queimação, sufocação, indigestão ou desconforto. Os diabéticos podem sofrer um infarto sem apresentar a dor, mas referindo enjôo, desconforto no estomago ou no peito, suor frio e abundante, náuseas e vômitos. Os idosos também podem ter infarto sem dor, somente com uma sensação desconfortável no tórax.
Estudos realizados, para detectar indivíduos com maiores chances de sofrerem um infarto, apontam para os do sexo masculino; aqueles que possuem infarto na família nos parentes em primeiro grau, com idade mais jovem; os que têm alterações no colesterol; os portadores de diabetes; os hipertensos; os sedentários; os tabagistas; os que apresentam obesidade localizada no abdome e cintura; aqueles que ingerem pouca quantidade de frutas e legumes e os que consomem excesso de álcool.
As medidas preventivas que diminuem a formação e a progressão das placas de gordura depositadas nos vasos são: a prática de exercícios físicos regulares, a dieta com pouca gordura de origem animal, ingestão de vegetais e frutas diariamente e o abandono dos maus hábitos como o sedentarismo, tabagismo e o etilismo. Podemos considerar ainda como benéfica a utilização de pouca quantidade de sal nos alimentos e o controle eficiente de doenças como diabete, distúrbios do colesterol, hipertensão e obesidade.
O uso de medicamentos e procedimentos cirúrgicos avançados para evitar o infarto não devem substituir as medidas de prevenção. As nossas atitudes são fundamentais para a manutenção da saúde e da qualidade de vida que desejamos. Sócrates, filósofo que viveu na antiguidade por volta dos anos 470 a.C., já dizia em relação ao comportamento humano... “Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença; em caso contrário, abstém-te de o ajudar”.




Dra Diva Leonor Monteiro, especialista em clínica geral pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica

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