quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Exército vai apurar discriminação de jovem transexual em quartel

Enquanto ela fazia alistamento militar, soldado a fotografou nas dependências do quartel e publicou as imagens na Internet





São Paulo - Um caso de discriminação de uma menor de idade transsexual dentro de um quartel de São Paulo será investigado pelo Exército. Na última quarta-feira, Marianna Lively, de 17 anos, foi a um quartel para resolver pendências referentes ao alistamento militar obrigatório. Um soldado fotografou a jovem nas dependências do Exército e divulgou suas fotos em redes sociais. 

Por meio de nota, o Exército admitiu ter conhecimento do caso, "que envolveu a divulgação, sem autorização, das informações da pessoa em questão" e diz já ter tomado "as medidas administrativas necessárias para o esclarecimento do ocorrido e os envolvidos serão responsabilizados por suas ações."

Embora Marianna seja uma jovem transgênera, isso não a exclui do processo de alistamento militar.

A jovem diz que foi tratada com respeito e educação enquanto esteve no quartel, conforme relato publicado em seu perfil no Facebook. No entanto, a partir das 14h do mesmo dia teria começado a receber telefonemas, procurando-a pelo seu nome de registro, David.
Alguns faziam piadas inapropriadas, enquanto outros diziam ter gostado dela, deixando o número para que Marianna entrasse em contato.

Foi somente mais tarde, por volta das 22h, quando uma amiga de Marianna a avisou que fotos suas dentro das dependências do quartel circulavam pelo Facebook e WhatsApp, que a jovem relacionou os fatos. As fotos haviam sido tiradas pelo soldado que a atendeu no quartel.

Na última quinta-feira, a jovem voltou ao quartel a fim de buscar esclarecimentos com o capitão da base. Embora ele tenha pedido desculpas e dito a ela que o soldado seria responsabilizado, ele também "aconselhou" que ela se acalmasse e trocasse de número de celular, segundo o relato no Facebook.

Em nota, a assessoria do Exército Brasileiro declarou que "o Exército Brasileiro não discrimina qualquer pessoa, em razão da raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro." 



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