sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

VEJA: Comunistas querem cancelar venda da TAP ao dono da Azul

Comunistas querem cancelar venda da TAP ao dono da Azul

Partido Comunista Português afirma que privatização da empresa aérea, vencida por consórcio liderado pelo empresário David Neeleman, é "ilegal"

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David Neeleman, da Azul, falou em São Paulo nesta sexta-feira (26)
O empresário David Neeleman, da Azul, líder do consórcio que arrematou 61% da TAP(Paulo Whitaker/Reuters)
O Partido Comunista Português (PCP), num claro confronto com o governo socialista ao qual dá apoio, quer que o Estado cancele a venda "ilegal" de 61% da endividada companhia aérea TAP ao consórcio do empresário David Neeleman, segundo o deputado comunista português Bruno Dias. Neeleman é dono da companhia aérea brasileira Azul.
O deputado disse que o PCP vai apresentar um requerimento para ouvir o ministro do Planejamento e de Infraestrutura, Pedro Marques, na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas do Parlamento. Os comunistas exigem o cancelamento da privatização da TAP. O governo socialista, por sua vez, quer que o Estado fique com uma posição superior a 50%, tendo já iniciado negociações com o consórcio Gateway para este passar a ter apenas uma posição minoritária, embora o governo não queira afastar o grupo da TAP.
No Parlamento, no entanto, Bruno Dias afirmou que "existem todas as razões políticas, econômicas e jurídicas para anular e fazer reverter imediatamente esta privatização, sem qualquer indenização, como ato ilegal que foi. Esse negócio tem de ser cancelado, travado, e aqueles que se apoderaram da companhia, e que hoje estão mandando nela, têm de ver a porta da rua."
Ele acrescentou que "o PCP assume que tem divergências em relação ao Partido Socialista quanto ao futuro da companhia e às soluções a serem adotadas", O deputado frisou: "Temos opiniões divergentes em relação às questões do capital privado na companhia."
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Em 12 de novembro, o governo português anterior, de centro-direita, já de saída, deu a autorização final à privatização da TAP, evocando o "iminente colapso" financeiro da empresa, apesar de os socialistas terem exigido que a estatal Parpública travasse o processo, já que o Executivo tem apenas poderes de gestão.
Em junho último, o consórcio Gateway, do brasileiro-americano David Neeleman, com o dono da companhia portuguesa Barraqueiro, Humberto Pedrosa, ganhou a disputa para comprar os 61% da TAP. A essa fatia se soma um lote de 5% para os trabalhadores da companhia aérea.
Recentemente, o presidente da TAP, Fernando Pinto, mostrou-se cético quanto à possibilidade de uma reversão da venda da TAP. "Não sei como se reverte a privatização. Entraram 180 milhões de euros e eu já gastei metade", disse. A TAP, sob o comando do consórcio Gateway, já encomendou 53 aviões à Airbus.
(Com Reuters)

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