segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Crise política ameaça alianças

                         
Presidente do PT de Minas, Cida de Jesus afirma que meta é aumentar prefeituras
                 Presidente do PT de Minas, Cida de Jesus afirma que meta é aumentar prefeituras


Partidos adiam decisão sobre candidaturas em Minas e todos falam em voo solo nas principais cidades

Um “salve-se quem puder” deve dar o tom das eleições municipais no Estado em 2016. Com os escândalos de corrupção que corroem a imagem do PT nacional, o PMDB já tendo anunciado ruptura com os petistas, o PSDB precisando de base para apoiar a candidatura de Aécio Neves em 2018, além de uma crise geral de legitimidade partidária, as legendas estão apostando em candidaturas próprias para garantir hegemonia eleitoral.
Mesmo tendo mais prazo para se chegar a uma decisão – as convenções poderão ocorrer até 5 de agosto; o prazo anterior à reforma eleitoral era 30 de junho –, líderes dos partidos confirmam a intenção de abocanhar o maior número possível de prefeituras, deixando de lado as grandes alianças. “Estamos motivando fortemente candidaturas petistas em todas as regiões para superarmos as 119 prefeituras que temos atualmente. Claro que alianças estão sendo estudadas, mas a meta é a candidatura própria”, garantiu a presidente do diretório estadual petista, Maria Aparecida de Jesus.
A dirigente ressalta que os candidatos só serão definidos no ano que vem, mas admite nomes fortes em alguns municípios-polo do Estado. “Temos o Leonardo Monteiro, em Governador Valadares, a Margarida Salomão, em Juiz de Fora, o Gilmar Machado, em Uberlândia e o Daniel Sucupira, em Teófilo Otoni”, cita.
A dobradinha entre PT e PMDB em Minas por enquanto é mantida, mas já começa a dar sinais de exaustão. Segundo o presidente do PMDB mineiro, Antônio Andrade, vice do governador Fernando Pimentel (PT), é possível que sejam lançadas candidaturas separadas, até mesmo para a Prefeitura de Belo Horizonte.
O deputado federal Marcus Pestana, um dos líderes tucanos em Minas, lembra dos encontros regionais que estão sendo feitos com a meta de conquistar um número maior de prefeituras.
Fiel aliado do PT, o PCdoB pretende, para o ano que vem, assumir o Executivo de 70 municípios mineiros. “O maior projeto eleitoral do partido até hoje”, frisou o presidente estadual da legenda, deputado federal Wadson Ribeiro. Em pelo menos quatro grandes cidades do Estado, o partido comunista assume já ter nomes para uma possível candidatura: em Belo Horizonte, o do deputado estadual e atual secretário de Turismo de Minas, Mário Henrique Caixa. A deputada federal Jô Morais também é pré-candidata, segundo Ribeiro.
Aliança
Na capital. Em Belo Horizonte, a aliança entre o PSB, de Marcio Lacerda, e o PSDB de Aécio Neves, é a aposta de aliados. Os caciques devem definir um nome de consenso, ainda que haja divergências hoje.
Nomes colocados PMDB: Capital: Josué Alencar, Leonardo Quintão, Laudívio Carvalho, Rodrigo Pacheco e Sávio Souza Cruz PP: Capital: Alberto Pinto CoelhoUberlândia: Odelmo Leão PSDB Capital: João Vitor Xavier PCdoB: Na capital: Mário Henrique Caixa e Jô Moraes Juiz de Fora: Wadson Ribeiro Betim: Geraldo Pimenta Contagem: Carlin Moura PT: Capital: Miguel Corrêa, Gabriel Guimarães e Helvécio Magalhães Governador Valadares: Leonardo Monteiro Juiz de Fora: Margarida Salomão Uberlândia: Gilmar Machado Teófilo Otoni: Daniel Sucupira Poços de Caldas: Eloísio Dentista PSB: Capital: Josué Valadão
Cronograma de encontros regionais do PSDB está atrasado O deputado federal Marcus Pestana, uma das lideranças do PSDB em Minas, admitiu que a movimentação do partido pelo interior do Estado está bem aquém da programação feita pela Executiva estadual. Segundo ele, o momento de crise econômica tem afastado o interesse das lideranças políticas pelas eleições municipais do ano que vem. “Não há clima. As pessoas estão preocupadas com o desemprego, a falta de dinheiro. Esses encontros vão ganhar mais fôlego em fevereiro”, afirmou Pestana. No entanto, o parlamentar garantiu que o próximo encontro regional da legenda será feito em 4 de dezembro, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, seu reduto eleitoral. A reunião contará com a presença do senador e presidente nacional do partido, Aécio Neves. Sem querer falar em nomes no momento, Pestana disse que a costura política nos principais municípios ainda está em fase embrionária. “O único nome já posto pelo PSDB até agora é o do deputado estadual João Vítor Xavier para a Prefeitura de Belo Horizonte. Ele é visto com muita simpatia pelos diretórios, mas quem decidirá em definitivo o candidato ao Executivo da capital será o senador Aécio Neves, que ainda não deu seu aval”, disse o tucano. 
PMDB dá como certa candidatura própria na capital O vice-governador de Minas e presidente do PMDB Estadual, Antônio Andrade, deu como certa a candidatura própria do partido para à Prefeitura de Belo Horizonte. Com isso, é forte a possibilidade de o PT abrir mão de um cabeça de chapa para apoiar um dos cinco pré-candidatos anunciados pelo PMDB. “Não temos dúvidas de que teremos uma candidatura própria em Belo Horizonte. O PMDB hoje é o partido com mais nomes possíveis para vencer a disputa do ano que vem”, disse Andrade. O vice-governador confirmou que trabalha com cinco nomes principais: o empresário Josué Alencar, filho do falecido ex-presidente José Alencar; Leonardo Quintão, Rodrigo Pacheco e Laudívio Carvalho, deputados federais; e Sávio Souza Cruz, que é secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Uma fonte da cúpula do PT já havia informado à reportagem de O TEMPO que o partido abriria mão de um cabeça de chapa em BH em função do desgaste da legenda e comporia a chapa com o PMDB nomeando um vice para enfrentar o candidato de Aécio Neves. 
No interior Hegemonia. O presidente estadual do PMDB, Antônio Andrade, destacou ainda que a meta do partido é conquistar, com candidaturas próprias, entre 450 e 500 prefeituras no Estado.

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