Religião e Meio Ambiente: Religião Messiânica
Assuntos e questionamentos ligados ao meio ambiente, sustentabilidade e a utilização dos recursos naturais envolvem a sociedade num contexto tão complexo que vai além dos limites políticos, científicos ou tecnológicos. Envolve principalmente os aspectos intangíveis da consciência e da cultura. Desse ponto de vista, a religião também, por envolver tais aspectos intangíveis, pode contribuir com valiosas reflexões para melhor compreensão e mudança sobre as questões ambientais.
É importante salientar que, são as pessoas que possuem nas mãos a chave para a solução das questões ambientais. E nesse âmbito, a religião, independente do credo e práticas pessoais, poderá ajudar no processo de sensibilização, como educação mental e espiritual. Portanto, ela tem fundamento e importância sobre o mundo terreno, mas a responsabilidade é geral, de todos os segmentos.
As questões ambientais não devem ser vistas como um problema de ordem técnica. Essa visão, invariavelmente, pode provocar uma ruptura na relação entre o ser humano e o meio ambiente. Se a questão fosse apenas técnica, não haveria necessidade de provocar mudanças na mentalidade do homem sobre o cuidado com os recursos naturais da terra. O ambiente seria então apenas um instrumento para ser utilizado pelo próprio homem sem a necessidade de preservá-lo, conservá-lo ou recuperá-lo. A religião tem importância na cultura de diferentes povos, mesmo num País laico como é o Brasil. Por isso espera-se que ela exerça influência positiva no comportamento dos seguidores e simpatizantes para que adotem novas posturas e estilos voltados para a preservação e a conservação dos recursos naturais.
A Igreja Messiânica Mundial é uma instituição religiosa fundada em 1 de janeiro de 1935, no Japão, por Mokiti Okada (1882-1955) — cujo nome religioso é Meishu-Sama (Senhor da Luz). Ela é classificada como uma nova religião japonesa (NRJ). Mokiti Okada, afirma que, por revelação, recebeu de Deus a missão de dar início à construção do Paraíso Terrestre, o mundo ideal consubstanciado na trilogia verdade, bem e belo em que a civilização atual se transformaria ainda neste século 21. Um mundo em que a doença, a miséria e o conflito dariam lugar à saúde, a prosperidade e à paz. O elemento principal da Igreja Messiânica é a crença no Johrei, que seria a transmissão de Luz Divina através da palma das mãos e que pode ser praticado por todos os messiânicos. Acredita-se que o Johrei traz purificação espiritual, o que traria bem estar, cura de doenças e uma saúde perfeita.
A expansão da Igreja Messiânica também acontece através da Fundação Mokiti Okada que desenvolve pesquisas na agricultura, recuperação do meio ambiente, saúde e educação. A fundação também engloba a escola de Ikebana Sanguetsu que ensina os princípios pragmáticos da filosofia de Mokiti Okada através da arte milenar do arranjo floral. A natureza, segundo a Doutrina da religião, é parte conjunta do ser humano, é uma extensão da vida e dever ser cultivada.
Segundo Danielle Castelo, messiânica há 13 anos em uma unidade da igreja em Macapá, ex - Líder Jovem e atualmente dedicando em alguns setores da Igreja: limpeza, plantão, Johvens, liturgia e com a Coluna de Salvação da Ikebana Sanguetsu, “as questões ambientais são cruciais para o bem estar da humanidade. Porque o ser humano foi criado para viver em harmonia com a natureza, de tudo dependemos: o ar que respiramos, os alimentos que comemos, a água que bebemos. Portanto o homem deve cultivar hábitos para tornar o nosso meio ambiente mais saudável as nossas gerações futuras”.
As práticas irresponsáveis de uso dos recursos naturais comprometeram o meio ambiente de forma avassaladora. As consequências se mostram a cada momento, como na contaminação de solos e de mananciais hídricos, alimentos e seres humanos, com o emprego de agrotóxicos e outros produtos químicos, por exemplo. O uso indevido e inadequado de agrotóxicos é responsável pelos altos índices de intoxicação verificados entre os produtores e trabalhadores rurais, provoca a contaminação dos alimentos consumidos pela população, causando ainda grandes danos econômicos e ambientais à sociedade. Em função disso, a Fundação Mokiti Okada e a Korin Agricultura Natural Ltda, realizam trabalhos para preservação e recuperação do meio ambiente, aliando Responsabilidade Ambiental e Responsabilidade Social.
“O trabalho desenvolvido pela Igreja Messiânica Mundial refere-se à coluna de salvação da agricultura natural, que tem por base os ensinamentos de Mokiti Okada. São ensinados os métodos para o cultivo de alimentos sem agrotóxicos, bem como a criação de aves e outros alimentos sem hormônios. Existem alguns alimentos disponíveis nos supermercados e hipermercados (alimentos orgânicos). Para maiores informações é só acessar o site: www.fmo.org.br”, afirma Danielle Castelo.
Certamente, a missão atual da religião não será apenas a de manter ritos e tradições seculares e pregar métodos de cura e doutrinas atemporais sem orientar a conduta dos seguidores sobre questões do cotidiano. O destino das religiões que não adequarem os ensinamentos que possuem para as necessidades do mundo presente, sem apego a rótulos ou a tradições antigas, deixarão de ser necessárias a humanidade.
Primeiramente, vale ressaltar que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos, portanto, não reconhece a sua titularidade nem ao Estado, nem ao particular, mas sim à coletividade. Em segundo lugar, atribui o dever de cuidar, preservar e defender o meio ambiente tanto ao Poder Público, como à sociedade civil como um todo, deixando claro que a ninguém é dado o direito de degradá-lo, ou mesmo, de ignorá-lo. Uma terceira consideração ainda se faz necessária: nem mesmo a coletividade deste momento histórico é a proprietária desse bem, sendo ela mera detentora em prol das presentes e futuras gerações, devendo impedir qualquer agressão que proporcione o desequilíbrio do mesmo. Em vista disso, tanto a igreja, como a sociedade em geral, devem comungar de ideais e objetivos que promovam a valorização do bem comum, que é a natureza.
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