Um ano e meio depois de retomar sua inscrição como advogado, o ministro aposentado Joaquim Barbosa virou inquilino de um escritório em São Paulo, com interesse em atuar nas áreas penal, tributária, empresarial, constitucional, administrativa e de mediação e arbitragem.
Na fachada, não há nenhuma identificação do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal: o letreiro indica o Balducci & Hofling Sociedade de Advogados, que funciona há três anos no Jardim Paulista e apenas aluga um espaço a Barbosa, sem parceria nos negócios. A informação foi publicada neste domingo (29/5) pelo jornal Folha de S.Paulo.
O ministro aposentado conta com a ajuda de dois de seus auxiliares da época do STF: Cesar Janoti e Thiago Sorrentino. Segundo a Folha, a assessoria do escritório diz que o foco está em pareceres jurídicos, apesar de Barbosa só estar impedido de atuar no contencioso perante o STF, até agosto de 2017. Os clientes não foram divulgados.
O aspecto modesto e a falta de nomes de peso entre os parceiros já têm chamado atenção de membros do mundo jurídico ouvidos pela revistaConsultor Jurídico. A situação pode ser relacionada a atritos de Barbosa com advogados enquanto presidiu o Supremo.
Um dos episódios ocorreu em junho de 2014, numa das últimas sessões como presidente da corte, quando Barbosa expulsou da tribuna o advogado Luiz Fernando Pacheco. Defensor do ex-presidente do PT José Genoino, Pacheco havia subido o tom para reclamar da demora do relator da Ação Penal 470 em pautar a análise de pedido para que o seu cliente conseguisse prisão domiciliar. O ministro mandou que seguranças o afastassem da tribuna.
Quando quis advogar, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal chegou a analisar pedido para impedir seu registro profissional. Mas a inscrição acabou concedida.
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