sábado, 10 de outubro de 2015

Aborígenes Australianos -Vídeo e um breve histórico (Youtube e Wikipédia)

Aborígenes australianos

Aborígenes australianos
Bandeira dos Aborígenes Australianos.png
Bandeira aborígene
Bathurst Island men.jpg
Aborígenes australianos em foto de 1939
População total
 Austrália - c. de 670.000 (3% da População Australiana)
Regiões com população significativa
Território do Norte29,8%-152 685
Queensland4,2%-144 885
Austrália Ocidental3,8%-70 966
Nova Gales do Sul2,9%-64 005
Austrália Meridional2,3%-28 055
Vitória0,9%-4 282
Tasmânia18 415
Território da Capital4 282
Línguas
AborígeneInglês australianoCrioulo australiano
Religiões
CristianismoAnimismo
Grupos étnicos relacionados
Nativos da Austrália
Os aborígenes australianos são os habitantes originais do continente australiano e de suas ilhas próximas.[1] Dados recentes indicam que os australianos nativos são, provavelmente, descendentes dos primeiros humanos modernos a migrar para fora da África. Eles migraram do continente africano para a Ásia há cerca de 70 mil[2] e chegaram à Austrália em torno de 50 mil anos atrás.[3] [4] Osnativos do Estreito de Torres são indígenas das ilhas localizadas no Estreito de Torres, que estão no extremo norte de Queensland, perto de Papua-Nova Guiné. O termo "aborígene" é tradicionalmente aplicado apenas aos habitantes indígenas do continente australiano e da Tasmânia, junto com algumas das ilhas adjacentes, ou seja: os "primeiros povos" da região. "Australianos indígenas" é um termo abrangente usado para se referir também aos ilhéus aborígenes do Estreito de Torres.
Os mais antigos restos humanos encontrados até agora são os do Homem de Mungo, que foram datados em cerca de 40.000 anos (embora a comparação do DNA mitocondrial com a dos aborígines antigos e modernos indicam que o Homem de Mungo não tem relação com os aborígines australianos). No entanto, o tempo de chegada dos antepassados dos indígenas australianos é uma questão ainda em debate entre os pesquisadores, com estimativas que datam de até 125 mil anos atrás.[5] Há uma grande diversidade entre as diferentes comunidades e sociedades indígenas australianas, cada uma com sua própria mistura única de culturas, costumes e idiomas. Na Austrália atual estes grupos são divididos em comunidades locais.[6]
Embora houvesse entre 250 e 300 línguas faladas com 600 dialetos no início da colonização europeia, menos de 200 ainda permanecem em uso[7] e todas, exceto 20, são consideradas ameaçadas de extinção.[8] Atualmente, a maior parte do povo aborígene também fala inglês, sendo que a adição de frases e palavras aborígenes está a criar o inglês australiano aborígene. A população de indígenas australianos na época da colonização europeia é estimada entre 318 mil[9] e 1 milhão de habitantes,[10] com uma distribuição semelhante à da população australiana atual, a maioria vivendo no sudeste, centrada ao longo do rio Murray.[11]
Desde 1995, a bandeira aborígene australiana e a bandeira dos nativos do Estreito de Torres são consideradas oficiais pelo governo australiano.

Cultura[editar | editar código-fonte]


Homem tocando um didjeridu.

Homens e meninos aborígenes emGroote Eylandt, 1933.

Fazendeiros aborígenes em Vitória, 1858
Os aborígenes australianos são nômades, caçadores e colectores de vegetais e praticam a religião animista. No deserto, as populações concentram-se onde há água em acampamentos temporários. As habitações são simples refúgios. Erguem proteções contra o vento com ramos e moitas e, se o solo for arenoso, escavam covas para ficarem mais protegidos do mesmo. Quando as noites são frias, dormem ao redor do fogo. O cão é o único animal doméstico.
Os homens caçam animais de grande porte como os cangurus e pescam. As mulheres recolhem os vegetais e o mel, caçam animais pequenos e apanham crustáceos. Os aborígenes não o usam o arco e a flecha para caçar, mas servem-se de lanças, bastões e bumerangues. Para a coleta, utilizam o machado de pedra e o pau de escavar. Fabricam estes utensílios com madeira, ossos e pedra. Preparam a comida diretamente sobre as brasas, pois não têm recipientes de cozinha resistentes ao fogo.
Os casamentos fazem-se entre segundos primos. Em condições extremas, são possíveis as uniões entre clãs. Não existe um governo tribal. Quando necessário, os chefes familiares desempenham transitoriamente o papel de chefes locais. Os aborígenes não são guerreiros. Só recorrem à guerra em ocasiões raras, sobretudo para aplicar a justiça. A cremação dos cadáveres é uma prática comum na sua cultura. E as pessoas mais importantes podem ser conservadas em troncos de árvore ocos.

Clãs[editar | editar código-fonte]

Os clãs identificam-se com um totem, que é a representação da divindade de que se dizem descendentes. O totem costuma ter a figura de um animal, uma planta ou um objecto, que não podem ser mortos, comidos ou destruídos, porque são sagrados.
Cada clã tem um território próprio, mas não possui direitos exclusivos sobre ele, já que outro clã pode obter autorização ou ser convidado a caçar lá.

Religião e arte[editar | editar código-fonte]

A cultura aborígene caracteriza-se pela forte união de todos os seres da natureza com o ser superior que integra tudo. Nesta concepção, o ser humano não é superior, mas partilha a natureza com os demais seres, sendo todos indispensáveis. Por este motivo, os humanos devem honrar a natureza em tudo o que fazem.
Os aborígenes usam a arte como meio de comunicação. Os instrumentos de trabalho são feitos com maestria e destreza e levam pinturas e inscrições, onde contam as histórias do povo, do clã ou da pessoa e se evoca a relação com as divindades. As pinturas do corpo ou em cascas de eucalipto usam como tema a mitologia ou retratam cenas do cotidiano.
A música é, sobretudo, vocal. O instrumento musical é o yidaki (didgeridoo), que é a representação da mãe serpente, a criadora da terra e que consiste em um tronco oco que amplia sons vocais. Para marcar o ritmo das mímicas e das danças, usam bastões.
Há, no deserto, lugares de grande valor histórico, cultural e sagrado para os aborígenes, como monólitos gigantes e crateras de meteoritos. Dentre eles, destacam-se três formações rochosas: o Chambers Pillars, o Kata Tjuta e a Ayers Rock. Durante o pôr do sol, as rochas reflectem a luz solar e parecem estar em brasa. À medida que o sol se põe, a pedra torna-se acinzentada, até acabar totalmente negra.
Panorama do Uluru no Parque Nacional Uluru-Kata TjutaTerritório do Norte, um Patrimônio Mundial pela UNESCO e local sagrado para os aborígenes.[14]

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