quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Mais mulheres na política

Mas, apesar das conquistas, a luta por igualdade de gêneros ainda caminha a passos lentos e as bancadas femininas continuam sendo minoria em todas as esferas do poder

Fiquei muito feliz com a participação expressiva de lideranças no ato de lançamento da campanha “Mais Mulheres na Política” no Paraná. O evento reuniu representantes de diversos movimentos sindicais e sociais, além de deputadas federais e estaduais, vereadoras, prefeitas e mulheres de várias regiões do Estado. Todas com o mesmo objetivo: lutar pelo equilíbrio na representação entre os gêneros na política.
Lançada pela bancada feminina do Congresso Nacional em favor da reserva de cadeiras para mulheres nos três níveis do Parlamento brasileiro, a campanha teve início em março deste ano e deve chegar a todos os estados.
Afinal, já vão mais de oito décadas desde que a mulher brasileira conquistou o direito de votar e ser votada em território nacional. Em 1929, Alzira Soriano foi eleita a primeira prefeita do Brasil. De lá para cá, importantes avanços foram conquistados e a mulher já alcançou o mais alto cargo da República com a eleição e a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff.
Mas, apesar das conquistas, a luta por igualdade de gêneros ainda caminha a passos lentos e as bancadas femininas continuam sendo minoria em todas as esferas do poder. Hoje, a média de mulheres nas casas legislativas é de 10% no Senado, na Câmara dos Deputados, nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores, apesar de elas serem cerca de 52% do eleitorado e 40% da força produtiva nacional.
No Paraná, a média segue a nacional: somente 38 mulheres ocupam o cargo mais alto do executivo nas cidades e 451 são vereadoras. A bancada federal é composta por 33 deputados e senadores, dos quais apenas três são mulheres. O estado tem como vice-governadora, uma mulher e dos 38 vereadores eleitos em Curitiba, cinco são mulheres. Para piorar, além de não conseguirem se eleger em número significativo, as mulheres que têm conseguido raramente ficam entre as mais votadas.
Para reverter este quadro é fundamental que medidas efetivas sejam tomadas no âmbito de uma Reforma Política. Precisamos conscientizar homens e mulheres que temos que mudar o sistema político brasileiro. As mulheres têm que ter uma representação maior no Legislativo e como está, sem ter uma cota de cadeiras, nós não vamos conseguir isso no médio prazo. Isso vai prejudicar toda a democracia.
Sabemos que não vai ser um debate fácil, mas temos que convencer os deputados porque não podemos ter uma democracia plena se metade da população não estiver representada no parlamento.
Os avanços que tivemos nos últimos anos na área de saúde e educação se devem, principalmente, a presença da mulher na política, ao cuidado que temos com a vida, com o outro. É por isso que precisamos de mais mulheres na política, pensando as políticas públicas para os direitos, a saúde e a segurança feminina.
Contamos com apoio das mulheres paranaenses nessa campanha e de todos aqueles que acreditam em igualdade de gênero, igualdade de oportunidades, justiça social e liberdade.

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