Americana foi 18 vezes campeã mundial na "nobre arte", mas foi com um chute certeiro que desbancou queridinha do UFC
Holly Holm espantou o mundo das artes marciais no último domingo. Venceu a até então imbatível Ronda Rousey pela disputa do cinturão do peso-galo do UFC e é agora a invicta da vez. Completou 10 lutas no MMA sem conhecer a derrota. Mas quem é a americana de 34 anos que só agora ganha merecidamente os holofotes do mundo das lutas?
Nascida em Albuquerque, no estado do Novo México, Holly começou sua trajetória no mundo das lutas em 2001, aos 20 anos. Ela treinava na academia de Mike Winkeljohn, seu professor de kickboxing, e foi ele que viu potencial nela. Entre amadoras fez oito lutas, com seis vitórias e duas derrotas. Em 2002 fez sua transição para o boxe, se tornando uma referência na modalidade.
Lutando em três categorias, defendeu 18 vezes seu cinturão no boxe. Em 2005 e 2006, a revista Ring, considerada a "bíblia" do boxe mundial, a apontou como a principal boxeadora do mundo. Seu cartel no boxe é de 38 lutas. Foram 33 vitórias, dois empates e três derrotas.
A guinada para o mundo do MMA se deu em 2011, quando já tinha 30 anos. Sua primeira luta nas artes marciais mistas foi em abril daquele ano. E logo na estreia no MMA, Holly mostrou o poder do chute que derrubou Ronda.
A adversária foi Christina Domke e a luta foi na sua cidade natal, seu local preferido e onde é idolatrada. Promovida por seu agente de boxe, Lenny Fresquez, a luta teve dois rounds e Holly venceu por decisão do árbitro depois de sua rival não conseguir continuar lutando por conta dos chutes que recebeu nas pernas. Ela ainda fez mais uma luta promovida por seu agente e venceu novamente por decisão do árbitro. Desta vez a vítima foi Jan Finney, umas das compatriotas que deixou pelo caminho até a luta de domingo.
Com essa bagagem, Holly começou sua caminhada para entrar no UFC. Primeiro no Bellator, segunda principal divisão do MMA mundial. Em fevereiro de 2013 ela lutou no Bellator 91 e venceu Katie Merril depois de uma sequência de socos. Depois acertou com o Legacy FC, outra categoria do MMA. Fez mais três lutas naquele ano e venceu todas. Superou Alianna Jones, Nikki Knudsen e Angela Hayes.
Juliana Werner, a única brasileira que enfrentou, foi sua vítima na única luta que fez em 2014 pelo Legacy 30. A vitória foi a deixa para que o UFC contratasse Holly. Ela esperou 10 meses para a estreia no ultimate de mais prestígio do mundo.
Em fevereiro deste ano, no UFC 184, edição em que Ronda Rousey fez a luta principal contra Cat Zingano, Holly superou Raquel Pennington por decisão dividida dos árbitros. Em julho, a adversária foi Marion Reneau e a vitória veio novamente por decisão dos árbitros. Desta vez de forma unânime.
Somava nove lutas de MMA e nove vitórias quando foi escolhida para desafiar Ronda Rousey. Depois da luta em que passou por cima da agora ex-campeã, relatou que teve crises de choro e desespero pela tensão antes da luta.
“Estes são os momentos mais assustadores. Essa luta foi muito desgastante mentalmente. Não consigo contar quantas vezes chorei na academia. Foi muito para absorver, mas este é o tipo de luta onde uma derrota é devastadora, mas uma vitória é muito doce", disse Holly.
Com o mundo do UFC a seus pés, Holly já disse que a revanche com Ronda deve ser marcada para breve. "Ela merece". Os fãs de MMA aguardam ansiosamente.
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